O Brasil superou 3 milhões de consumidores beneficiados energia solar na geração distribuída (GD), modalidade que permite a produção própria de eletricidade por meio de placas fotovoltaicas. Conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apurados pelo Portal Solar, o segmento soma 2 milhão de sistemas fotovoltaicos e 22,9 GW de potência operacional no país.A marca foi registrada cerca de sete meses depois do mercado chegar a 2 milhões de unidades consumidoras e menos de dois anos após o primeiro milhão de consumidores, número que levou cerca de uma década para ser atingido. Somente em 2023, o segmento acrescentou 552 mil novos consumidores beneficiados pela energia solar.
A maior parte dos consumidores da GD solar do país são residenciais, com mais de 2 milhões de unidades. Em seguida, vem as classes de consumo residencial, rural e industrial, com 556 mil, 319 mil e 58 mil unidades de consumo, respectivamente. O estado líder em número de consumidores beneficiados pela geração solar distribuída é Minas Gerias, com 628 mil clientes. São Paulo (389 mil), Rio Grande do Sul (351 mil), Paraná (242 mil) e Bahia (171 mil) completam os cinco maiores mercados do Brasil.
O dia da sobrecarga da Terra de 2023 ocorre nesse 2 de agosto. A data, que indica o momento em que a humanidade esgota os recursos naturais que podem ser regenerados dentro de um ano, apresentou um pequeno avanço em relação ao ano passado, quando caiu em 28 de julho. Ainda assim, a dívida de 171 dias ilustra uma tendência de degradação ambiental das últimas décadas. A Global Footprint Network realiza este cálculo desde 1971, ano em que o dia da sobrecarga da Terra caiu em 25 de dezembro. Em 1999, ocorreu em 26 de setembro. Em 2005, em 27 de agosto. Nessa data, a humanidade fez uso de toda carne, peixes, cereais e florestas que o planeta pode produzir e renovar em um ano. A situação pode ter graves consequência para o meio ambiente, para o clima e para o futuro.
“A produção e consumo insustentáveis de alimentos está impulsionando a crise climática, gerando um terço de todas as emissões de gases do efeito estufa, utilizando 70% da água potável do planeta e causando perdas na biodiversidade em escala inaceitável”, declarou o secretário-geral das Organização das Nações Unidades (ONU), António Guterres. As consequências dessa sobrecarga são preocupantes. Significa que até o final de dezembro, teremos utilizado o equivalente a 1,7 planeta para atender às nossas demandas, enquanto só temos um. Além disso, as emissões de gases de efeito estufa (GEE) continuam aumentando, superando a capacidade de absorção das florestas e dos oceanos, agravando ainda mais o aquecimento global e a crise climática. O coordenador de comunicação do Instituto Akatu, Felipe Seffrin, enfatiza a necessidade de ações concretas e efetivas por parte de governos, empresas e consumidores para minimizar ou até reverter esse quadro de sobrecarga. “Mudar nossa forma de produção e consumo, desde a compra até o uso e o descarte, para modelos mais conscientes e sustentáveis, é uma das soluções. Praticando o consumo consciente, podemos regenerar ecossistemas e aliviar a carga pesada que impomos ao planeta”, observou o especialista.
A energia solar adicionou cerca de 8 GW de capacidade no Brasil entre janeiro e julho deste ano, um crescimento de 33% em relação ao acumulado no território nacional. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). O número leva em conta usinas de grande porte (geração centralizada) e sistemas menores em telhados e terrenos (geração distribuída).
Segundo a entidade, o setor fotovoltaico foi responsável pela injeção de mais de R$ 33 bilhões em novos investimentos no período, saltando de R$ 121,1 bilhões em janeiro para R$ 155,2 bilhões em julho, uma elevação da ordem de 27%.
O mapeamento mostra ainda que foram criados 240 mil novos empregos nos primeiros sete meses do ano, além de repasses de cerca de R$ 6,9 bilhões em tributos e encargos para os cofres públicos no período.
No final do ano passado, a Absolar projetou que o Brasil acrescentará mais de 10 GW em energia solar fotovoltaica em 2023 atingir a capacidade instalada acumulada de 34 GW na fonte. O desempenho representaria um crescimento de 52% em relação a potência atual e o melhor ano da história do setor no País.
Conforme a entidade, desse total, 21,6 GW serão provenientes da geração distribuída, enquanto 12,4 GW estarão na geração centralizada. Também há expectativa de que o setor gere mais de 300 mil empregos e R$ 50 bilhões em novos investimentos.
Os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná lideram o ranking de novas empresas que migraram para o mercado livre no primeiro semestre deste ano. Ao todo, foram 1.009 empresas paulistas, 343 gaúchas e 236 paranaenses. Segundo informações da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), a maioria dos novos pontos de consumo representa companhias dos ramos de comércio, serviços e a indústria de manufaturados diversos. Talita Porto, vice-presidente do Conselho de Administração da CCEE, esclarece que a expansão do mercado livre em 2023 está mais acelerada em todo o país.“ São consumidores que estão em busca de mais flexibilidade, de preços atrativos e, cada vez mais, querem optar pela compra de energia renovável. Essas vantagens explicam o interesse cada vez maior no ambiente”, avalia. Confira, abaixo, o top 10 dos estados com maior número de migrações:
Presidente da República vetou obrigação de compra de excedente de energia elétrica pelas distribuidoras, mas manteve possibilidade de financiar custos de instalação no programa.
Ricardo Stuckert/PR
A energia solar será incentivada no novo Minha Casa Minha Vida, com a possibilidade de custos da instalação de equipamentos fotovoltaicos sejam vinculados às linhas de atendimento do programa habitacional, recriado pela Lei 14.620 de 2023, após sanção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (13/07).O presidente vetou um trecho da Medida Provisória 1162/2023, aprovada pelo Congresso Nacional, que previa a obrigação, por parte de concessionárias ou permissionárias de distribuição, de compra dos excedentes de energia elétrica produzidos por sistemas de geração distribuída por beneficiários do programa.O veto foi justificado em razão do impacto financeiro nas tarifas de energia para os demais consumidores do país. O texto diz que “a obrigação de compra pelas concessionárias traria prejuízos aos consumidores da concessionária, que deveriam arcar com os custos elevados dessa aquisição, uma vez que os Valores Anuais de Referência Específicos seriam superiores aos preços obtidos nos leilões de energia, que são a principal forma de contratação das distribuidoras.”A vice-presidente de GD da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e CEO da Bright Strategies, Bárbara Rubim, destacou que, além de estimular o uso da energia solar, o novo Minha Casa, Minha Vida prevê que consumidores que gerem a própria energia e façam parte do Cadastro Único para Programas Sociais terão redução de pelo menos 50% no custo de disponibilidade.“Essas previsões representam a possibilidade concreta de ampliar o acesso à geração própria de energia a partir de uma fonte limpa, renovável e sustentável como a energia solar. Esse é um passo histórico dado pelo Brasil para conseguirmos democratizar o acesso à energia renovável e baratear a conta de luz do consumidor que tanto precisa, que é o consumidor de baixa renda”, declarou a especialista.De acordo com os estudos feitos pela Absolar, a medida representará uma redução de cerca de 85% na conta de luz dos participantes do programa em 2023, e de 65% até 2028. “Cada real que uma família de baixa renda deixar de gastar com conta de luz no final do mês é um real a mais que terá no seu bolso para melhorar sua alimentação, saúde, educação, transporte e qualidade de vida”, ressaltou Rubim.
Redução de subsídios
Cálculos feitos pela Absolar e pela organização sem fins lucrativos Revolusolar indicam que a adoção da tecnologia fotovoltaica no Programa Minha Casa, Minha Vida pode reduzir em R$ 670 milhões os subsídios da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) já em 2023.
Criada em abril de 2002, a CDE é um encargo setorial destinado à promoção do desenvolvimento energético do Brasil, incluindo recursos direcionados para a tarifa social. Esses subsídios são rateados por todos os consumidores de energia elétrica no Brasil. Atualmente, os consumidores de baixa renda já recebem subsídios, por meio da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE), pagos pelos demais consumidores de energia elétrica via CDE. Com a geração solar de eletricidade no telhado das casas populares, haverá menos energia elétrica consumida da rede a ser paga pelos demais consumidores do setor elétrico. “Isso trará uma redução estrutural da CDE, um investimento social que faz sentido para o Governo Federal e que alivia um peso grande em subsídios pagos atualmente pelos demais consumidores brasileiros”, apontou o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia.
Fabricante, anteriormente conhecida como Unicoba, vê perspectiva positiva para uso de baterias no país com avanço regulatório e demanda de regiões remotas
O armazenamento de energia terá papel essencial para o avanço da transição energética e avanços na regulamentação da geração distribuída e demanda de regiões remotas trazem perspectiva positiva para o uso de baterias no Brasil. Essa é a avaliação do vice-presidente de negócios, marketing e inovação da UCB, Marcelo Rodrigues.“Antes nós tínhamos que provar os benefícios do armazenamento, hoje não temos que provar mais nada. Temos que acelerar e levar esse benefício para todos os brasileiros, seja em uma região remota da Amazônia, ou para quem já tem uma experiência positiva com fontes renováveis”, disse o executivo.Em entrevista exclusiva ao Portal Solar, Rodrigues explicou que o país possui potencial para a produção de baterias, visto que conta com técnicas e insumos necessários para fabricar equipamentos que atendam diretamente as necessidades locais. “Não é só trazer um produto da China, é entender os desafios e particularidades do Brasil e da Amazônia.”Leia mais: Unicoba anuncia novo nome e agora é UCB“Existe a questão da experiência e competência, que construímos com os cases de sucesso. Não é importar, é fazer o processo de transferência de tecnologia para a gente produzir aqui. Hoje temos escala e com isso conseguimos ter competitividade, preço e suporte local que permitiram o nosso crescimento”, detalhou.A companhia já realizou mais de 35.000 instalações de baterias em conjunto com sistemas de energia solar em regiões isoladas da Amazônia, que antes utilizavam diesel para ter acesso à energia. “Fizemos uma contribuição significativa para o processo de universalização do sistema de energia no projeto Mais Luz Para Todos e Mais Luz Para Amazônia.”Além da iniciativa em regiões remotas, Rodrigues conta que a UCB está investindo em soluções de descarbonização para cidades através da fabricação de baterias para motos elétricas. Ele ressaltou que as baterias utilizadas em veículos, após o uso, podem ser resgatadas e usadas para armazenamento de energia em residências.
Nova regulamentação e armazenamento
Com os avanços regulatórios trazidos para o mercado de energia solar através da Lei 14.300, que estabeleceu o Marco Legal da Geração Distribuída, Rodrigues aponta o armazenamento como uma solução atrativa para os consumidores interessados em geração renovável.“Há uma perspectiva absurda. A nossa preparação passou muito por engenharia e projetos relevantes de pesquisa, desenvolvimento junto a alguns clientes de distribuidoras, entendendo as particularidades do armazenamento de energia em conjunto com a geração distribuída. Nossa experiência no off grid também mostra que estamos preparados para esse mercado”, afirmou o executivo.
Reposicionamento de marca
Recentemente a Unicoba mudou o posicionamento de marca e se tornou a UCB. Conforme Rodrigues, a companhia pretende ser mais do que uma fabricante de baterias, mas sim uma provedora de soluções de armazenamento de energia. “Bateria normalmente é um sistema para ter um backup, enquanto no armazenamento há uma complexidade maior. O sistema de baterias tem que funcionar em perfeita sintonia. O processo é um pouco mais sofisticado, aonde o sistema de geração, junto com esse banco de baterias, tem que ter uma continuidade de energia de maneira ininterrupta”.
Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados propõe a abertura total do mercado livre de energia no Brasil. O PL 414/2021, que visa o aprimoramento do modelo regulatório e comercial do setor elétrico, foi encaminhado no início de junho para uma comissão especial da casa legislativa.
Na avaliação de entidades e agentes do setor, se implementado de forma adequada e com uma regulamentação eficiente, o PL 414 tem o potencial de impulsionar a sustentabilidade, promovendo a transição para um modelo mais limpo, eficiente e acessível a todos os consumidores.
Atualmente, o mercado livre de energia elétrica está restrito aos grandes consumidores, enquanto os demais são atendidos pelo chamado mercado cativo, que obriga que o consumo de energia seja feito por meio de uma única distribuidora disponível na região.
Com a aprovação do PL 414, todos os consumidores terão acesso ao mercado livre de energia, com a possibilidade de fechar contratos bilaterais com outros fornecedores, além das distribuidoras regionais, para o fornecimento de energia.
Dentre as vantagens da abertura do mercado estão o incentivo à concorrência, a adoção de fontes renováveis de energia e a promoção da eficiência energética. Para o gerente de Energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Roberto Pereira, o setor elétrico será beneficiado pelo PL 414 em todas as dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.
“Com o PL 414, o mercado livre, que capitaneia a expansão da geração de energia, se tornará um novo motor para o setor elétrico, trazendo vantagens econômicas para a indústria com a redução dos custos”, explicou Pereira.
“Alguns dos benefícios serão o aumento da competitividade, inclusive no mercado internacional, e a demanda por novos empregos. Já do ponto vista ambiental, o mercado livre estará atrelado ao desenvolvimento de energias limpas, como a solar e a eólica, promovendo o crescimento e o desenvolvimento dessas fontes”, afirmou.
O PL 414 está entre as 12 pautas prioritárias da Agenda Legislativa da CNI de 2023, um conjunto de propostas com foco na sustentabilidade, reindustrialização, retomada de empregos e atração de investimentos.
O presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, reforça que o PL 414 abre a possibilidade de discutir uma modernização do setor, para que ele possa entregar à sociedade uma energia limpa, segura e mais barata.
“Muitas vezes, os produtos importados chegam mais baratos ao Brasil, dentre outros fatores, porque são produzidos com energia elétrica ou gás natural muito mais baratos do que aqueles que chegam às nossas indústrias”, destacou.
“Portanto, uma energia produzida com todo o potencial brasileiro – limpa, segura e barata – não só vai dar competitividade à nossa produção nacional, como vai permitir que o Brasil faça produtos ambientalmente sustentáveis, com baixa emissão de gás carbônico. Isso vai permitir que os produtos possam ser exportados com maior valor agregado, na medida em que o mundo valoriza, cada vez mais, a produção associada a baixas emissões”, completou.
Segundo estudo da consultoria Greener, acesso a sistemas fotovoltaicos vem sendo ampliado graças à evolução da tecnologia, conhecimento e crédito
Por Andrea Vialli
O perfil do consumidor brasileiro de energia solar fotovoltaica em geração distribuída (GD) passa por transformações, que já refletem maturidade do mercado e o início da democratização da fonte. Essa é uma das conclusões do estudo sobre o mercado brasileiro de GD solar realizado pela empresa de consultoria e pesquisa Greener.
Foram entrevistadas 2.104 empresas integradoras no período de 21 de maio a 30 de junho de 2020, com uma amostragem de empresas de todo o país, de variados portes e idades, em uma amostra heterogênea do mercado de integração fotovoltaica. O estudo é realizado semestralmente desde 2016.
Nesta edição, a Greener acompanhou o mercado de GD também sobre a esfera do cliente final. A pesquisa contou com uma amostra aleatória de 410 proprietários pessoa física de sistemas fotovoltaicos de todas as macrorregiões do Brasil, que adquiriram seus sistemas a partir de 2017.
Uma das conclusões é de que os sistemas fotovoltaicos estão sendo acessados por um público cada vez mais jovem: das instalações realizadas em 2020, 55% dos titulares possui menos de 50 anos; em 2017, era 22% do público.
O maior interesse em sistemas fotovoltaicos vem dos clientes residenciais: 74% das empresas afirmaram que clientes residenciais tiveram interesse em sistemas fotovoltaicos durante a pandemia de Covid-19; para 40% das empresas, o interesse foi maior do comércio essencial; e para 18%, a demanda foi maior por clientes do segmento rural.
A pesquisa também revelou a ampliação das classes menos favorecidas no acesso à geração distribuída. Ainda que baixa, a taxa de aquisição de sistemas fotovoltaicos por titulares pertencentes aos grupos C e D está crescendo; em 2017, não havia, nas amostras pesquisadas, consumidores da classe D entre os proprietários de sistemas; em 2020, o percentual de clientes dessa faixa de renda está em torno de 10%.
A Greener destaca que a metodologia de classificação de extratos sociais utilizada no estudo não é a mesma do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas leva em consideração renda e outros fatores.
De acordo com Marcio Takata, diretor da empresa, as classes menos favorecidas passaram a ganhar maior representatividade na GD a partir de 2018. “Não é só o topo da pirâmide que está tendo acesso à energia solar. Começamos a perceber a ampliação do público e esse é um indicador importante do desenvolvimento da tecnologia fotovoltaica no Brasil”, explica.
A ampliação do acesso à energia fotovoltaica é fruto da redução dos preços dos sistemas de geração distribuída, do aumento do conhecimento sobre a tecnologia e da maior oferta de financiamento – hoje bancos públicos, privados, cooperativas de crédito e fintechs já oferecem linhas de crédito competitivas e alinhadas com o perfil de investimento na geração distribuída.
Outra hipótese para a ampliação do acesso das classes C e D à energia fotovoltaica são políticas públicas de incentivo ao setor, tanto em termos de desoneração tributária dos sistemas, que os tornam mais atrativos, quanto na utilização de sistemas fotovoltaicos nas políticas de habitação popular.
De acordo com Takata, não é possível aferir, pelo estudo, o peso que as políticas públicas têm na democratização do acesso à energia solar. “O ponto fundamental é que a energia solar está se tornando mais popular: as pessoas começam a ver sistemas fotovoltaicos sendo instalados na vizinhança, pensam que podem ter acesso também e buscam informação”, diz.
Segundo a entidade, fonte já trouxe mais de R$ 15,9 bilhões em novos investimentos privados no País nas grandes usinas, tendo gerado cerca de 90 mil empregos acumulados
Por Ricardo Casarin
O Brasil ultrapassou a marca de 3 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica em usinas de grande porte, aponta levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Essas usinas representam a sétima maior fonte de geração do país, com 101 empreendimentos outorgados e em operação em nove estados brasileiros, nas regiões Nordeste (Piauí, Ceará, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e Norte (Tocantins).
O segmento de geração centralizada solar fotovoltaica corresponde a 1,7% da potência instalada da matriz elétrica do Brasil. Os investimentos totais previstos até 2025 referentes aos projetos já contratados em leilões de energia ultrapassam R$ 25,8 bilhões. Em 2019, a fonte foi a mais competitiva entre as renováveis nos dois Leilões de Energia Nova, A-4 e A-6, com preços-médios abaixo dos US$ 21,00/MWh.
De acordo com a ABSOLAR, a fonte já trouxe mais de R$ 15,9 bilhões em novos investimentos privados no país apenas nesta modalidade, tendo gerado cerca de 90 mil empregos acumulados. A arrecadação para os cofres públicos no período totaliza R$ 5,2 bilhões.
Para o presidente-executivo da entidade, Rodrigo Sauaia, o Brasil é uma nação solar por natureza, com condições privilegiadas para se tornar uma liderança mundial na área. “A energia solar fotovoltaica reduz o custo de energia elétrica da população, aumenta a competitividade das empresas e desafoga o orçamento do poder público, beneficiando pequenos, médios e grandes consumidores do País.”
“A energia solar terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento econômico do País, sobretudo agora no período pós-pandemia, já que se trata da fonte renovável que mais gera empregos no mundo”, acrescentou o dirigente.
Em julho, o Brasil ultrapassou a marca de 6 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica. O número leva em conta usinas de grande porte e pequenos e médios sistemas. De acordo com a ABSOLAR, a fonte já gerou mais de R$ 31 bilhões em investimentos privados no país, criando cerca de 180 mil empregos acumulados.
Ao final de 2019, o país ingressou no TOP 20 do ranking mundial da fonte solar fotovoltaica, assumindo a 16ª posição em termos de capacidade instalada em operação. Apenas no ano passado, foram adicionados 2.120 megawatts (MW).
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